quarta-feira, 11 de junho de 2008

Capítulo II - Marketing Político vs Marketing Eleitoral


Um político está permanentemente em campanha, ideia de marketing político, esse conjunto de técnicas (publicidade, marketing directo) que visam pôr em evidência um político face a outros. Há que concentrar a atenção em estudos de opinião, e sondagens até porque um político não consegue falar para toda a gente.

Em Portugal pratica-se Marketing Político?

Há quem diga que no nosso país não se pratica Marketing Político. Faz-se marketing eleitoral e publicidade política. Para tal acontecer deveria haver uma boa gestão compreendendo as emergentes necessidades de cada ser humano (cidadão). Implicaria ofertas, estratégias, e tendências e o benchmark do futuro. Lúcia Crespo diz mesmo que “Já não há políticos profissionais, sem planos de marketing definidos”.

Manipulação Política

Não é fácil de contrariar, quando a máquina partidária está tão enraizada. O problema é que às vezes se manipulam pessoas e não informação. Talvez seja uma utopia dissociar uma coisa da outra. 'Manipulação politica' é um pleonasmo.

A política é ela própria uma forma de manipulação: da “cousa pública”, na sua mais nobre acepção; da ilusão colectiva, na sua versão mais corrente.

Em 2005, um caso de "manipulação política", foi como Manuel Alegre classificou o apelo de Jorge Coelho, a que os outros candidatos de esquerda desistissem a favor de Soares. Quanto mais ambicioso é o objectivo do político mais a necessidade de manipulação se irá sentir.
No episódio n.º 18, da 3ª temporada, Stirred, há manipulação e crise. Todos na Casa Branca estão preocupados com uma catástrofe causada por um acidente entre dois veículos, com urânio, em Idaho. Os assessores do presidente temem que o que aconteceu possa causar danos ao meio ambiente. Paralelamente há, também, que definir uma estratégia eleitoral para substituir o vice-presidente. Fala-se ainda do problema de Leo em ter sido alcoólico. O mesmo problema é falado no episódio n.º 12 da 1ª série em que Leo admite publicamente o seu alcoolismo e o antigo uso abusivo de drogas (Gestão de Crise).

Exemplos de Manipulação Política

A brasileira Alline Martins diz mesmo que “A Copa do Mundo é, de certa forma, uma "culpada" pela manipulação política pois foi aproveitando-se dela que as eleições acontecem de quatro em quatro anos, justamente nos mesmos anos que o Mundial. Assim as pessoas se envolvem com a emoção do futebol, dando menor importância à política”.

A mentira como instrumento de marketing político

Na política, nos dias de hoje, vale tudo. Mente-se da mesma forma que se respira.
Cabe ao jornalista investigar e mencionar quem mente, mas é necessário coragem e uma equipa forte, seja na redacção, direcção e administração. Todavia, a mentira é algo de necessário, aliás todo o ser humano é mentiroso, ou melhor, mente por natureza.

Actualmente, não é possível “fazer” política sem mentira, porque o objectivo são votos, são posições, são estatutos e status. Aliás, o próprio eleitorado não está preparado para enfrentar toda a verdade. Não vejo a mentira como um instrumento de marketing. Concordo mais com a ideia de que o marketing se serve da mentira, trabalha a mentira.
No episódio n. º 3, da 4ª temporada, dos Homens do Presidente, com o título Universitários, há mais uma crise, e há necessidade de lhe fazer frente com a desinformação e a mentira. É feito bluff com a jogada de Qmar. Os Assessores de Bartlet têm de reagir sobre o assassinato premeditado de um cidadão de Qumar (aliás Leo é mesmo designado para arranjar um advogado de confiança). Para tentar ludibriar esta situação Sam, Toby e Josh, criam uma ideia radical para que os cidadãos possam pagar a educação universitária. (Frases a reter do filme: “Ninguém tem experiência em lidar amplamente com a imprensa e Decreto de Favores é um Eufemismo”). Ou seja, o marketing é um meio de comunicação, logo tem a capacidade de transformar mentiras em verdades absolutas e vice-versa. No episódio 21, da 1ª temporada, Lies, Damn Lies and Statistics, podemos constatar a mentira na política, a mentira como instrumento de marketing político. Fala-se de uma reforma financeira da campanha FEC amigavelmente, mas os seus adversários não vão facilitar. Até porque a relação de Sam com uma antiga prostituta será descoberta pela Imprensa é necessário contornar a situação. Aqui entra o jornalismo agressivo, sempre em busca da verdade. Não confundir com o sensacionalismo e o jornalismo espectáculo.

Acima de tudo, é importante fazer-se um jornalismo que chegue às populações, sem papas na língua, mas sempre sustentado na investigação e na veracidade das fontes. Sou fã de um jornalismo verdadeiro, mesmo que agressivo.
Lembro-me de Paulo Portas quando era director do Expresso. O jornalista tem que relatar a informação tal e qual como ela nasceu, não deve nunca prostituir a informação. A mentira é uma técnica de deturpar a "realidade". (Gostaria de falar dos conceitos da psicologia em que "Realidade" é na verdade o que está a acontecer ao passo que a "Actualidade" é "como" percebemos essa realidade. - Assim, para uma "Realidade", existem infinitas "Actualidades").

Quando falamos em leituras sobre o passado, a mentira é de toda condenável. Mas quando um político fala sobre o futuro a noção da mentira pode ser positiva ou negativa. Depende principalmente da "intenção"! Se a "possível" mentira aglutinar esforços e entusiasmo da população para dias melhores, penso que ela é a melhor escolha. Ressaltando que uma pseudo mentira pode mudar a "realidade" com a mudança da canalização das energias colectivas.
O bom político é um "Visionário"! E o que é uma "visão", senão uma mentira, já que ela não existe no momento, e se não houver aglutinação de esforços, nunca existirá.

Sem comentários:

A Comunicação de Crise é Inconveniente para os Políticos?