quarta-feira, 11 de junho de 2008

Capítulo IV - As Técnicas


A Sondagem

No 21º episódio, da 2ª temporada, intitulado “18th And Poto Mac”, há crise, sucessão de crises e ainda uma sondagem que servirá de instrumento de preparação numa futura eleição. A Casa Branca está cercada por problemas de vária ordem: é a luta contra a divulgação da notícia que o presidente tem esclerose múltipla. Pensam na possibilidade de um directo de 30 minutos da Casa Branca em que o presidente assuma que mentiu. CJ apressa-se logo a dizer que a seguir vão fazer uma conferência de imprensa para controlar (os danos?!) ao máximo.

A sondagem é essencial, na sucessão de crises, ou até mesmo na preparação de discursos como o do Presidente dos Estados Unidos, mesmo que, por vezes, se deva acreditar na valorização do discurso autêntico, genuíno, cada vez mais ultrapassado, pelos estudos de imagem e pelas sondagens. No caso dos Estados Unidos, o que sai para a opinião pública é, de todo, estudado. Nada é feito por acaso. Percebo a mais-valia da utilização dos resultados das sondagens na preparação dos discursos de qualquer político. Não gosto dessa estratégia porque deixa de lado o conjuntural e concentra o discurso no circunstancial, sendo assim um instrumento de manipulação da opinião pública. Claro está que a culpa da eficácia dessa estratégia não está só em quem a usa mas também, em regra, em quem é visado por ela, e isso nem sempre é bom…Para o povo só faz sentido qualquer discurso que tenha como base a realidade em que ele vive ou viveu. Um discurso por melhor que seja, se não despertar nos ouvintes a mensagem principal: - Sei que todos passaram por isso... / - Sei que estamos vivendo esta crise... / Compreendo e sinto a vossa angústia... >>>>>> - Mas eu tenho a solução... / - Nós podemos..., não terá grande credibilidade. Por mais ignorantes que sejam os ouvintes, eles "sentem" que para alguém indicar soluções tem que conhecer os problemas. Mas, creio firmemente que as novas realidades de melhoria são causadas mais pelos comportamentos de entusiasmo (psicológicas) das populações, do que simplesmente por medidas técnicas e decretos. E assim ganhará não quem tenha mais competência, mas quem conseguir com o seu discurso de premissas e soluções mobilizar a "alma" dos ouvintes.

Focus Group - A Origem

As raízes históricas do FOCUS GROUP remontam ao ano de 1941 e a Robert Merton (o pai do focus group).

“SPINNING” DA INFORMAÇÃO

Os políticos falam para a comunicação social, não para o público. A partir do momento em que os jornalistas são o público directo estamos no domínio da Assessoria de Imprensa. Spinning é um conceito antagónico (ficção, mentira, invenção), uma realidade alternativa à verdadeira.

SPIN DOCTOR

Não é fácil a caracterização de algo que não existe e que não olha a meios para atingir os fins. Ser “Spin Doctor” é ter um poder invisível, é nunca assumir a autoria. Ninguém chama a ninguém Spin Doctor. Os Spin Doctors têm um acesso directo ao poder. São conhecedores dos meandros da comunicação e do marketing.

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A Comunicação de Crise é Inconveniente para os Políticos?